sexta-feira, 11 de maio de 2018

A LIBERTAÇÃO TRÁGICA DO ESCRAVO BRASILEIRO

A LIBERTAÇÃO TRÁGICA DO ESCRAVO BRASILEIRO



         Neste dia 13 de maio, comemoramos os 130 anos de libertação oficial da raça negra do estágio de escravidão no Brasil. Um triste história maquiada ao estilo imperial da época que encerrou 388 anos de submissão da etnia africana trazida para nossa terra como animais enjaulados para um trabalho rústico em nossas fazendas agrícolas.
          Menosprezando o empenho e luta dos abolicionistas e do próprio negro que destilou seu sangue nos pelourinhos impiedosos desta pátria, num passe de mágica, foram salvos pela princesa branquinha e vazia que meio sem entender o que fazia, registrou sua assinatura num decreto lacônico de dois artigos sacramentando a Lei áurea que tornava livre os escravos desta nação, num irônico domingo de maio de 1888.
           O primeiro artigo tornava todos os negros livres a partir deste dia 13 e o segundo artigo declarava irrevogável qualquer outra decisão.
            Todos os brasileiros em 1888 totalizavam 15.000.000 (quinze milhões) e a população negra já era superior a 700.000 (setecentos mil), portanto um escravo em cada 22 brancos.
             O negro não tinha nada de si, a não ser uma senzala rustica onde sobrevivia empilhado sobrevivendo com os restos do Casarão e em situação humilhante.
              Libertos no domingo (13) já deveriam abandonar tudo e saírem para as ruas sem nenhuma estrutura na segunda, dia 14, sem eira nem beira.
               Não existe liberdade sem estabilidade.
               Assim, descartados pelo senhorio, a segunda feira foi terrível quando os negros sem casa, sem ocupação, sem dinheiro e sem comida se viram jogados a própria sorte.
              A lei áurea devia ter criado uma obrigatoriedade aos senhorios  de contratarem profissionalmente seu escravos como funcionários, ou dado um período de carência para que abandonassem seus habitats ou promovido uma reforma agraria dando glebas de terras  com a garantia de um soldo financeiro nos primeiros 6 meses para que os escravos se organizassem como homens livres. Mas a tal lei foi fuleira;
               O ódio dos brancos que perderam de repente sua mão de obra gratuita, foi vingada com a expulsão do negro sem a mínima estrutura e muitos deles até imploraram para continuar escravos, mas, agora, sem sucesso.
               E 130 anos depois, o negro ainda procura se levantar deste engodo cruel da "libertação do escravo brasileiro."  (Hélio Porto)

      
    
  




Um comentário:

  1. 'Libertação' apenas para inglês ver. Os negros continuam sofrendo na carne o racismo, a exploração e subvalorização.

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